domingo, 15 de janeiro de 2012

ZULMIRA - REPUBLICAÇÃO

A vida vai e vem
sempre passando sem parar;
Como estrada sem fim,
com suas curvas...
Sem você saber o que lhe aguarda!
O vento vai,
o vento vem...
a vida é uma angustia;
Um mar de lagrimas
por causa de uma origem que não conheço...
sem saber quem sou
ou mesmo para onde vou!

Caminho pela estrada sem parar...
Desistência não existe aqui!
Olho para o céu,
tento ver ou achar Deus...
Sei que Ele esta lá,
mas queria que Ele estivesse à cá!
E como um pai que nunca tive me desse seu colo,
ou me fizesse sentir de fato o que é o amor materno...
Esse sentimento que é eterno!
Ah, como queria reescrever a minha historia...
Colocaria ponto final
Antes mesmo do capitulo inicial;
Pois não serei hipócrita para dizer
farei tudo diferente...
Não...
Seria a mesma repetição!
Não mudaria nada realmente...
A mesma dor...
O mesmo caos!
O mesmo erro mortal
Sou como uma alma fria,
solitária numa noite sombria,
sem descanso...
sem destino..
Penando entre as sombras da vida,
em busca de respostas a questões mal resolvidas!
A noite fria em seu relento,
sem nenhum acalento...
Ando e desando,
não sei aonde ir,
nem para que lugar fugir...
Minha vontade já não é minha,
pela enorme estrada fria
sou uma alma que caminha!
Já não sei sorrir,
Feliz talvez não poderei ser;
A luz e o brilho de uma criança
já não haverá como entender...
Já não sei o sabor do mel
nem entendo mais a cor do céu;
Queria ter visto teu sorriso no meio do véu;
Sentir teu dedo,
dando-me um afago,
Somado com um beijo...
Ah, como imagino sua voz doce cantando
melodias e canções
para poder me ter em seu colo dormindo...
Queria ter sentido sua mão,
ensinando-me os primeiros passos,
Me levantando ao cair no chão...
Sentir o paladar de seu leite
alimento que teria em seu lindo seio...
Sentir sua mão me enrolando inteiro!
Crescer e correr com meus irmãos
caindo, rindo, chorando...
Naqueles momentos de brincadeiras então!
Mas como a um criminoso,
deram-me uma punição...
Sem mesmo eu saber por qual razão,
não me deixaram no convivo de meus irmãos!
Me fizeram invasor em um ninho!
Ali por ela fui renegado,
sem nenhum senso de carinho...
Jogado fora ao meio do caminho!
Em outros braços eu fui colocado,
por outros eu fui criado!
Como um criminoso fui asilado...
Eu nada entendia desse meu enfado!
Deram-me amor e consolo,
lá não sofri nenhum dolo...
Mas faltou me o seu apoio
cresci sem conhecer você...
Ao meu socorro tu nunca veio!

Hoje eu te entendo...
Mesmo as respostas que queria não tendo,
Sinto que viveu vida em um assombro...
Caminhando por um vasto vale,
Onde amigo não lhe teve...
Quis chorar;
Ate mesmo gritar...
Mas lagrimas em ti já não há!
Em sua alma há lamento,
Sofrer é seu passatempo...
Tu não sorrias... tu gemia!
Tu já não vivia,
apenas subsistia!
Interrogações é tudo que há...
Mas nenhuma resposta se encontrará!
Ah, como que eu queria te dizer
Que a felicidade encontrei
A luz me alcançou!
A angustia não me pegou,
Lutei, sim...Me questionei....
Mas das trevas me levantei e tudo enfrentei...
Não me assentei na mesa dosa acomodados,
ergui a cabeça e disse:
Não serei um derrotado!
Então gritei, gritei,
Do meio do inferno uma proposta Deus me fez!
Você vai viver outra vez!
Descobri a vida...
Ate a sorrir eu aprendi!
Paz agora já estou a sentir,
A Deus aprendi a louvar,
Pois me ensinaram até a amar!

Hoje eu sinto o gosto do mel...
Já não há mais aquele fel!
Penso em você como a ponte
que me trouxe a existência,
para que eu pudesse descobrir o amor em sua pura essência!
Me fazendo entender a força do perdoar,
e dizer aonde quer que esteja,
de ti sempre hei de me lembrar;
Na esperança de um dia te encontrar
e abraçados ali te dizer:
Mãe Zulmira,
eu jamais vou te esquecer!
Foi você que me fez nascer,
nada mais vai importar,
para sempre vou te amar...
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Homenagem a mãe biológica que nunca conheci