quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Solidão da alma

Vidas vazias solitária, e tristes;
Vidas que voam se perdem e não voltam...
Vivem sem saber que estão vivas,
com olhares perdidos na imensidão
do espaço a espera de um milagre,
ou de  algo que foi embora sem a intenção de voltar...
Olhos cheios de lágrimas,
soluços engasgado no peito,
e a voz sufocada na garganta,
esperando somente a morte chegar...

Grite alma!
Grite por socorro...
grite bem alto,
creio que mesmo na penumbra desta noite tão escura,
alguém virá ao seu encontro
e com muito amor irá te ajudar.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O TEMPO


O tempo passa mas não se acaba,
sempre haverá o tempo...
Dá-se o tempo,
Do tempo rouba-se o tempo,
e ainda há tempo para o tempo...
O tempo não passa,
Mas somos nós que passamos para o tempo...

Há tempo de nascer e tempo de morrer;
Tempo de brincar e tempo de labutar;
Tempo para sorrir e chorar;
Há tempo para amar e para odiar;
Há tempo para ser desejado e tempo para ser repudiado;
Para tudo há tempo,
menos para se pensar no próprio tempo...

O que é o tempo,
se não uma contagem interminável de tempo...
Segundo à segundo; minuto à minuto; hora após hora....
Passam os dias, as semanas, os meses, os anos,
seguem-se décadas e séculos,
O tempo não cessa...
Mas nós um dia terminamos para o tempo...

Desde que o tempo é tempo,
O tempo não acaba...
Nós, sim, acabamos para o tempo mas o tempo não acaba para nós...
Mesmo quando dizemos: 'não tenho tempo',
Somos nós que não existimos para o tempo...

O que for para ser, seja hoje...
O que tiver de fazer, faça depressa...
O que tiver de ter, tenha com vontade...
O que tiver para ser dito, este é o tempo para dizer...
O que tiver de sentir, este é o tempo: Sinta!
Não deixe para o tempo de amanhã, o que você pode viver no tempo de agora;
Não deixe para o tempo futuro,
pois pode ser que para o dia depois de hoje,
você tenha deixado de existir
e o tempo lhe procure e não lhe encontre;
Pois eu e você somos passageiros nesta história...
Mas, o tempo sendo eterno em si mesmo, sempre terá para si
aquilo que poderá faltar para você:
O TEMPO!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

PARTIDA


Eu chorei na alma quando tive de partir;
Não imaginava o tamanho da ferida,
o que lamentavelmente foi o que sobrou...
Daquele tão negro dia,
o dia da partida...

Olhei aos céus e pedi forças,
pois não sabia o que me esperava;
E apenas parti...
Mergulhando no desconhecido,
mergulhando no que não podia prever...
Apenas a minha fé me guiaria dali adiante;
Trevas densas cobriram a minha alma,
pavor do que me esperaria pela frente...
Faltava-me o seu amparo,
faltava-me o seu abraço,
A sua presença que me fortalecia ficava para tráz...
O sonho terminava ali!

Sempre tentei manter nos lábios um sorriso,
Para disfarçar a dor que carrego,
a agonia da alma que estava partida,
que me traz a certeza
de que a única coisa certo na vida
é só o inevitável momento da despedida...
É ali que a alma chora,
coração enfraquece,
a fé se estremece,
parece que tudo se perde...
inclusive se esvai o desejo de viver,
a vontade de caminhar,
a força para sorrir,
a resistência ao fim,
a doce magia da esperança,
a inocência de criança...
Meu Deus, perde-se tudo!
Só resta o amor,
Pois este, quando verdadeiro,
a gente leva sempre conosco...
Ou para nos fazer sorrir
ou para nos matar de dor.

Agora, meu caminho é cinza,
sem marcos e nem paisagens,
sem palavras, vazio sem nenhuma emoção;
Sem amigos, sem inimigos, sem irmão...
A memória se foi de minha fronte,
voou meu sentimento mais nobre,
voou minha imaginação...
O céu ficou vazio,
Está escuro sem a cintilante dama prateada,
O sol não brilha sem a lua...
A esperança desapareceu,
o sorriso já morreu...
Da magnifica força de viver,
fiz o desejo de morrer,
do sorriso fiz o pranto,
das bocas unidas fez a espuma,
e das mãos espalmadas, fez o espanto...

Pergunto ao grande Arquiteto do Universo:
O que será agora?
E a vida, como que seria?
Já não há o colo do abrigo,
Já não há nada à favor,
Triste momento de tamanha dor...
Fez-se do amor bendito,
Um sentimento impedido,
porém não perdido..
O amigo próximo se tornou distante,
O feliz se tornou infeliz,
A vida se tornou uma aventura errante;
Conclui-se, de repente, já não há vida para se viver...
Mesmo ainda amando tudo o que foi,
Tudo que já não é,
esta dor já não dói,
Tornou-se a marca da antiga fé,
O ontem, que a dor deixou
Se tornou o hoje que findou...
Talvez eu morra antes do horizonte,
Não haverá quem chore,
E se chorar, de que iria adiantar?
Não há mais vida na fonte!

Terrível melodia da despedida...
Agoniante momento do ultimo olhar,
do ultimo abraçar,
do beijo que não vai se mais dar...
Esta é a palavra que não deveria ser dita,
a poesia que jamais deveria ter sido escrita,
a história que jamais deveria ter sido vivida...
Ah, Senhor, ponha um fim nesta dor maldita,
Nem que para isto tenha de tomar a esta inútil vida;
E não me condene por este sofrer,
não escolhi isto viver...
O fim de tudo é o melhor a desejar,
E a única esperança que tenho de receber!!!

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

SUAVE VENENO



Dentro de mim mora o animal
indômito e selvagem,
que talvez te faça mal...

talvez uma faísca
relâmpago no olhar,
depressa como um susto
me desmascare o rosto
e de repente deixe expostoo meu pior...

em mim germina
uma força perigosa;
que contamina
uma paixão vulgar
que corta o ar e que
nenhum poder domina...

explode em mim
uma liberdade que te fascina;
sopro de vida;
brilho que se descortina;
luz que cintila, 
lantejoula purpurina...
Tão fugaz como um desejo;
talvez me mate de tanto possuir-te,
Ou talvez te salve
com o suave veneno do beijo quente,

que nos conduzirá a uma viagem sem volta
da mais tórrida paixão ardente...

sábado, 13 de outubro de 2018

ODISSÉIA


As horas passam sem serem percebidas,
Os dias se vão tão rápidos, que parecem terem sidos abreviados..
Enquanto as noites se arrastam como eternos tormentos,
As madrugadas são cenários das eternas dores dos desalentos...

Ah, amargo sentimento que nos acompanha,
Eternas agonias que jamais cessam...
A alma interruptamente dilacerando em dores indescritíveis,
Lágrimas que insistem em se derramar pelos olhos,
Marcas que não desaparecem...
Lembranças que o tempo não apaga!

Me tacham de louco,
Porque aprendi a ouvir a Lua e as estrelas;
Não há loucura nisto...
É apenas o amor que não morre que nos ensina a ouvir as eternas palavras perdidas,
Revivendo as emoções outrora sentidas
Revelando a grandeza do que perdemos...
Momentos em que o lobo solitário não uiva,
Para ouvir a lua, que em meio à lagrimas, um canto de ternura está a exprimir...

Ah, eterna agonia da alma eternamente ferida,
Desespero e dor que lhe fazem gemer ...
Até quando assim será,
Ate quando a alma se derramará,
Neste pranto antagônico?
Os céus se calam,
As estrelas desaparecem,
Não há quem oriente pelo caminho
E nem que me socorra em meio a estes espinhos...
Perdido em mim mesmo,
Sem eira e nem beira,
Sem esperança para o amanhã
e sem acreditar no que se vê ou se ouve,
pergunto-me de onde virá a resposta derradeira,
e em vão espero, ppis somente isto tenho feito...
ah, vida que não tem jeito!

O amor traz lições duras,
O amor causa a maior das dores,
Que gera o eterno gemer da agonia infinita...
A alma eternamente perdida em sentimentos que não morrem...
Como se estivesse em uma estrada maldita,
Condenado a indagações infinitas!
Onde só há uma certeza absoluta: O amor faz chorar,
Pos esta é a marca maior deste sofrimento
Que inevitavelmente nos conduzirá ao desespero,
Pois não há remédio que sequer amenize sua dor,
Pois tudo se perde, tudo se vai,
Mas este é o sentimento que se faz eterno tormento!

E necessário que a tua ausência faça ferir a alma,
De forma sutil, no invisível,
O trevo ferido,
As folhas de alecrim,
Desde há muitas eras guardadas,
Por mão desconhecidas, 
Em um móvel empoeirado e antigo...
A necessidade se estende que seja como abrir uma janela
E obsevar-te prateada e luminosa, no escuro espaço celestial...
É necessário eu ter enm mim esta saudade,
Para que mesmo dolorosamente, eu a sinta,
Cruel e impiedosa, ferindo-me a alma,
Fazendo-me chorar por dentro,
Secando-me a esperança, subtraindo-me o desejo de viver,
Pois para que viveria neste eterno gemer?
Ou lamentando-me com esta agonia infinda,
Eterna angustia que carrego em mim,
Na mesma intensidade, como sinto em mim, 
a presença inexplicável e sem sentido, da vida...
Vida esta na qual caminho em suas estradas, carregando esta solidão,
sempre acompanhada de um vazio enorme no coração,
e lembranças que destroem-me a razão,
Porque o amor ainda não foi embora...
O sentimento que sempre nos aflora...
Saudade é amar um passado tão presente quanto o hoje,
E tão certo quanto o amanhã...
Saudade... o inferno dos que perderam...
A dor dos que ficaram para traz...
O sabor da Morte na boca dos que continuam...
A expectativa de ir a lugar algum...

Quando penso em todas as historias que vivi,
É impossível não pensar em você,
Única capaz de olhar dentro de minha alma,
Dentro de meus pensamentos...
Minhas fantasias e delírios...
E de algum jeito que eu nem sei,
Conseguiu virar minha vida de pernas para o ar
Mudar minha mente...
Reescrever minha historia,
Me fez sonhar...
Guardei para sempre todas as memorias,
Desde o momento primeiro que olhou em meus olhos,
E me acolheu em seu coração...
Podem até me tirar tudo,
Mas jamais tirarão de mim as minhas lembranças,
As que me fazem saber que jamais amarei assim novamente...
Por isto fecho os meus olhos e sigo em frente,
Trago comigo a tormenta da saudade...
Com a esperança de quem dia esta dor, um dia quem sabe, acabe...

Ao fechar dos olhos, 
Ali estou eu a seus pés prostado,
Sob a areia fria do mar,
Tendo o céu por testemunha,
Em seus olhos em pude olhar
E palavras inesquecíveis brotaram do fundo da minha alma,
Bem ali, com a eterna Lua a nos contemplar, 
Fui, dizendo-lhe que, ao lado, pelo resto da vida queria estar,
Sua estrada seria a minha estrada,
E o seu povo o meu povo,
A servir o seu Deus que também já era o meu...
Nunca fui tão longe na vida, como fui ali,
Quando o coração de poeta pode enfim, clamar...
Aquela despedida com a mão em forma de coração...
O magico momento do primeiro olhar...
Como poderia imaginar que ver-te a primeira vez
Iria tanto me marcar?
Açaí ou acolá... 
Momentos eternizados em doces lembranças,
Porém, que machucam a alma...
E trazem o choro, sem mais nenhuma esperança!

Eu aqui vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim eterno de todo este tormento
Na voz da Morte, a me bradar:
DESCANSA!

Oh, se o fim agora chegasse;
Se o Criador me tirasse daqui agora...
Seria um favor que me faria,
Pois o ultimo suspiro 
A toda esta dor um fim daria.

Cada dia que ainda vivo,
É um dia a mais para sangrar sem sangue derramar...
Pois sangro por dentro...
Cada dia que ainda vivo,
É como um castigo perpetuo que recebo...
Cada dia que ainda vivo,
São mais perguntas sem respostas,
Dores eternas sem remédios que as sare,
Pensamentos perdidos que se vão...
Cada dia a mais que assim vivo,
É rastejar como guerreiro mortalmente ferido
A esperar pelo momento de seu ultimo suspiro!
Cada dia a mais que assim vivo,
É meu coração batendo enquanto meu sono esta perdido,
É minha vida que se esvai lentamente,
Caminhando em meio a escombros e ruinas da sofrida mente...
Desejando o outro lado da vida dada no tempo,
Questionando-me se apareço em seus sonhos em algum momento,
Ou se alguma vez entendes meus sentimentos nas palavras que escrevo,
Ou se mesmo em sua ira, faço parte de suas memorias...

Hoje a noite esta tão clara,
Enquanto estamos tão distantes um do outro...
Há tantas coisas a dizer e a sentir...
Mas resumo todas emoções e palavras 
Em uma única imutável e eterna sentença,
De que caminharei todos os dias de minha vida,
Chorarei todas as lagrimas que eu tiver,
Sofrerei todas as dores,
Passarei por todos os espinhosos caminhos,
E mesmo que o fim me pegue de surpresa
Ou seja provocado,
Mesmo que eu desejasse,
Jamais poderei perder 
O amor que sinto por você...
Pois o amor verdadeiro
Jamais se esquece,
Mas se sufoca no peito,
Onde ele eternamente permanece.