sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O tempo e o vento






O vento não faz curva,
Segue sempre em frente;
Sacode as folhas das arvores,
Varre o chão,
Dobra a palmeira...
O vento segue em frente,
Ora, rumo ao poente,
Ora, rumo ao nascente...

Assim é o tempo,
Que assim como o vento,
Passa, passa e passa
E jamais vai parar de passar;
Ele traz e leva embora as amizades,
Os relacionamentos,
As lindas histórias,
Os grandes dramas...
De tudo isto fica as lembranças...
Só não leva a esperança
Da alma esquecida
E nem cessa as dores do coração partido!
Estas são como raízes que ficam,
Enraizada na nossa mente,
prendem a nossa alma,
exterminam o desejo de viver
ou nos põe de pé,
alimentando o desejo de seguir em frente...

Boas ou ruins,
saudáveis ou venenosas,
São estas lembranças que formam nosso tesouro;
A lembrança da infância jamais esquecida;
O primeiro brinquedo;
Os primeiros e inesquecíveis amiguinhos;
As quedas que nos feriam;
(Chorávamos mas tínhamos orgulho
Das cicatrizes que ficavam)...
A juventude que passou depressa;
As descobertas da nossa individualidade;
Os primeiros planos,
Que fazíamos para quando crescêssemos,
Planos nem sempre seguidos
Mas jamais esquecidos...
O primeiro amor,
O primeiro beijo...
Ah, o primeiro extâse...
E o que dizer a primeira dor de amor?

O tempo continua passando,
A idade vem chegando,
Da juventude temos as historias das aventuras,
As lembranças que nos rejuvenescem,
As decepções agora já não doem tanto,e
As frustrações que nos ferem menos...
Pois dia após dia, aprendemos a suportar as agonias,
Só não aprendemos a evita-las,
Dividimos o choro com a tristeza e a alegria...
Na vida levamos os troféus
Das  conquistas que aconteceram,
Derrotas que trouxeram lições,
Dores que deixaram lágrimas,
Histórias que levaremos até o túmulo
Onde de cada um de nós será despedido,
E um dia, esquecidos!

Vivamos o hoje,
Pois o amanhã pode não vir
e o ontem já não está aqui!
O tempo passa e a prova está diante de nós:
Antes, era nós que ali brincávamos,
Agora são nossos filhos e seus filhos que já chegaram...
Ah, o tempo, este impiedoso e cruel amigo,
Vai continuar passando para os que aqui continuam
E com eles as mesmas emoções,
As mesmas histórias com novos personagens...
E de tudo que deixaremos,
O nosso legado que será contado
Ou será um nome que jamais será lembrado.

domingo, 8 de dezembro de 2019

Sina


A vida corre depressa, num sopro.

Adormecido nos meus profundos sentimentos,  
Vivo as  dores que não posso evitar...
Na lucidez, mais uma vez a vida só me cansa;
Só quero esquecer de todos os parecer,
De todos os achismos,
Tudo que doeu...
Há milhares de palavras e textos para escrever; 
Presos como em um nó na garganta, que nada mais faz sentido.
De cada um pensamento contido,
não há um que passe despercebido por todos os lados o obsessivo!
Estou a atear fogo em cada pensar e fugir,
Caminhando pela vida á fora... dia após dia... 
destino que nem sei...
As vozes ecoam por cada parte do meu corpo, 
Pois já não há nada, só o eterno vazio...
Todos os dias no vai e vem da rotina,
no ônibus lotado,
no abraço apertado, 
do sorriso forçado, 
da felicidade que não existe, 
do tempo que passa, 
De tudo que há, mas ninguém nota.
Redesenhei toda uma história na qual eu não posso estar,
me vejo cumprindo o desejo egoista de não mais estar.
Para qur estar se nada mais tem importância?...
A ausênvia de mim mesmo não será sequer levada em alguma releváncia...
Eles ficaram bem sem mim, vão notar.
A falta do meu eu, me destrói. 
Já não sei mais o que estou, o que sou e porque?!
Rastejo durante todos os meus dias 
e tudo me trouxe a solidão, a tristeza de um ego que não me satisfaz mais...
De um ser que não encontra nada que o apraz!
É a vida que se tornou uma eterna sina...